Filme espanhol, de 1976, dirigido por Narciso Ibáñez Serrador , baseado no romance Os filhos da Partida de Juan José Planos e música de Waldo de los Rios , sendo este o segundo e até agora, último filme dirigido por Ibáñez Serrador.
Existem alguns filmes de horror que realmente são perturbadores e conseguem sobreviver com o passar do tempo, sem perder seu impacto. O diretor uruguaio, radicado na Espanha, Narciso Ibañes Serrador, conseguiu criar um desses filmes, que por muito tempo teve problemas com a censura e diversas edições com vários cortes, chegando a ser banido de alguns países. O filme: Quién Puede Matar a Un Niño? 1976. Seus rostos angelicais são um escudo contra qualquer tentativa de reação dos adultos, mesmo diante da carnificina que eles cometeram!
Sinopse: Tom e Evelyn, um casal de turistas Inglês, chegam a uma cidade costeira espanhola para desfrutar o fim de uma lua de mel tardia. na chegada, nada é o que eles tinham planejado: o destino é muito ocupado, e não parece para ser o lugar ideal para umas férias tranquila. O casal, então, decide alugar um barco para visitar uma pequena ilha onde Tom tinha estado quando ele era mais jovem. Eles logo percebem que os únicos habitantes da ilha são crianças. Crianças que, animadas por uma força misteriosa, rebelaram-se contra os adulto matando-os.
Comentário:
No filme, as crianças tem uma introdução um simples. Logo no início do filme, vemos o personagens Tom e Evelyn assistindo um documentário mostrando crianças de diferentes épocas e lugares, sendo vítimas da crueldade humana, condenadas por uma culpa que não lhes pertence, tendo sua inocência roubada pelo "sistema dos adultos". Como culpá-las então, se decidissem usar da mesma crueldade para defender-se contra quem parece mais disposto a prejudicá-las do que a defendê-las?
Mas, se na visão do diretor a violência banalizava-se a ponto de se tornar brincadeira de criança, o mesmo não se pode dizer de seu filme, que a evita o quanto pode, e mesmo que os planos não pareçam interessados em mostrá-la em muitos dos momentos, ela está lá, na angústia do silêncio, no sorriso malicioso das crianças e no tom incisivo de desconforto que permanece do primeiro ao último minuto do filme na verdade desde o primeiro segundo, porque já começa com o cantarolar sinistro de uma criança.
Ótimo clássico do horror espanhol. Direção perfeita de Serrador, onde ele ele adaptou o roteiro do livro de Juan José. Porém, com modificações bastante mais lógicas do livro para com o filme. Fotografia incrível. Trilha sonora de congelar os ossos. Elenco perfeito, inclusive as crianças, que atuaram incrivelmente bem nas cenas de matança. A trama é bem diferente dos filmes do gênero no geral, e também dos filmes de horror que envolvem crianças. Diferente não só pelo fato de elas assassinarem os adultos, mas também pela forma que elas cometem os atos, e o porque de elas cometerem. Voltando a lembrar que o filme começa introduzindo logo nos créditos, cenas de arquivos de noticiários que mostram civis, e boa parte crianças, sendo mortas durante as Guerras, cenas que chocam e tentem explicar o que está por vir. O filme tem cenas de morte e crueldade bem fortes, mas muito bem construídas. Na época de seu lançamento o filme nunca chegou a ser banido ou censurado, mas alguns críticos afirmavam que é violento demais. Em questão disso, Serrador afirma que o filme não é violento de formal alguma, e que não tem nenhum exagero. O filme, como um todo, traz em sua mensagem, uma crítica e algo a se pensar. As crianças, sempre foram as maiores vítimas das desgraças dos adultos na realidade, em diversas Guerras... hoje mesmo, na Palestina por exemplo, vemos crianças morrendo na guerra que parece não ter fim. Então, no filme, o porque elas matam os adultos? Talvez vingança por tudo o que já sofreram ? No depoimento de Serrador, ele disse algo importante, que muitos que fazem filmes de terror, acabam fazendo o público rir, com monstros ou bizarrices, e nesse filme vemos crianças causando medo, sem ter monstro algum no filme para nos dar medo. Por fim, posso dizer que é uma pérola do horror que merece ser descoberta e vista (ou revista).
Elenco:
Lewis Fiander - Tom
Prunella Ransome - Evelyn
Maria Druille - Chorando menina
Antonio Iranzo - pai da menina que chora
Luis Ciges - Enrique Amoros, o carteiro
Fabian Conde - loja Foto Employee
Miguel Narros - Primeiro Guarda
Lourdes House - menina
Roberto Nauta - Criança
Javier House - Criança
Maria Luisa Arias
Marisa Porcel
Juan Cazalilla
Antonio Canal
Aparicio Rivero
Andres Gomez
Ficha Técnica
Diretor: Narciso Ibáñez Serrador
Produtor: Manuel Salvador
Música: Waldo de los Rios
Maquiagem: Fernando Florido
Fotografia: José Luis Alcaine
Montagem: Antonio Ramirez Loaysa, Juan Serra
Cenografia: Juan Alonso
Efeitos especiais: Juan Antonio Balandin
País: Espanha
Ano de produção :1976
Duração: 112 minutos (corte do diretor)
Idioma: espanhol, Inglês
Estúdios: Penta Films
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